Apelo a novos textos, novas propostas de encontros

Se quiserem publicar textos no Amem-se, já sabem, enviem um email para amemse@gmail.com e lá arranjaremos maneira de publicar os ditos. Se quiserem propor um encontro a alguém, é só fazer o mesmo: email para o amemse@gmail e lá publicaremos o texto. Tudo em formato livre, como habitualmente. Amem-se!

lições de piano e de francês

Lylia Cornelia

Em casa da minha avó todos se sentavam à mesma mesa. Não havia patrões e empregados, adultos e crianças, homens e mulheres. Havia todos à mesa! porque todos trabalhavam.

Eu era a mais nova e tinha um estatuto um bocado diferente porque também estudava, e acho que todos estavam convencidos de que eu ia estudar muito e por muito tempo.
Pelo menos era assim que eu sentia que o Narciso pensava.

O Narciso tinha os olhos verdes mais bonitos que eu jamais vira e era moreno e no Verão tirava a camisola e ficava em tronco nú. Era tímido e se bem me lembro baixava muitas vezes os olhos quando falava. Eu sonhava que ele me amava e amava-o contra todas as barreiras sociais dramas injustiças azares misérias que inventava. Os meios olhares intensos e ternos davam-me certezas.

Para poder estar com ele interessei-me por cimento, areia, água, enxada, como fazer um círculo no meio e ir misturando os ingredientes da massa que colava os tijolos nos muros que era necessário construir por ali, galinheiro, curral, eira, pátio, quintal e fim do quintal, e o outro quintal.

E depois íamos trocando palavras, cautelosamente. Ovídio, poeira, menina não se suje, entrei na desfolhada, saiu-lhe o milho-rei?, uvas e ramadas, vinho americano, a massa tem água a mais, já me distraí!, vou buscar bebidas. Um dia ele pediu-me que o ensinasse a falar francês. A irmã, que tinha ido apanhar laranjas para a Bélgica, acabara colhendo noivo e bilhete de ida sem volta. E o Narciso queria fazer boa figura no casório.

Lições de cimento e de francês. que duraram algumas semanas. Só isso. mas nunca mais esqueci.

Sugestões quentes para um blind date.

Homem e mulher, que se conheceram na internet resolvem encontrar-se com intuitos sexuais. Nunca se viram, mas confiam um no outro e não têm restrições no que podem fazer.

O que fariam vocês? Encontravam-se e tinham sexo sem trocar estritamente nenhuma palavra (nem olá), ou escolhiam uma longa noite de copos, flirt, expectativa, incerteza, deixar o desejo crescer e muito pela noite, finalmente, o sexo. Usavam vendas ou outros acessórios, ou iam pelo prato mais depurado, simples e sempre saboroso? Instiam mais no sexo oral, ou a penetração ia ser a rainha da noite?

Escrevam o que vos vier à cabeça, o relato de todo o encontro, ou simplesmente um pequeno detalhe excitante. Em formato livre, como sempre no Amem-se.

sugestão

Sugestão: abrir armários em Serralves.

e porque o Porto pediu

simpaticamente acolhemos e porque não um jantar porreiro, malta fixe, comida e bebidas, e muita boa disposição ... o Porto pediu e segue por aqui as reservas simples heim ... have fun !

fruto proibido

Foto: Jean-Baptiste Mondino

“She took my sperm without permission!”
Guns & Roses

Borofsky

Alguém quer comentar este "male aggression" de Borofsky? ;)

Touch...

De Torpor a Desejo

Meio adormecido arrasto-me para a cama e é ainda meio adormecido que te vejo nua. É o calor que me chega das tuas costas que finalmente transforma o meu torpor em início de desejo. Adoro ter as tuas mamas a encherem as minhas mãos, enquanto te abraço por trás. Directo ao sexo, lisinho. "Excelente ideia essa". Sinto-te a humedecer, reacção habitual ao toque; o líquido mágico que facilita e endurece. Pego no caralho e coloco-o à tua porta. Deixo-o estar ali, a molhar-se, entrando muito pouco de cada vez. Milímetro a milímetro. Repito esse movimento muitas vezes, rodando o meu sexo, a minha cabeça gorda pressionando a orla da tua cona por dentro. "Ah, adoro o teu caralho assim dentro de mim. Deixas-me doida". De repente puxas as pernas para cima, e a minha mão por baixo das tuas pernas ganha acesso ao teu sexo. É bom ter dois dedos a percorrer os teus lábios macios e a acabar no clitóris. Estes movimentos repetitivos de mão e caralho excitam-me imenso. Mas não sou o único: "Fode-me. Mais, mais." Esqueço-me de tudo. Fodo-te sem parar, sem pensar, até explodir, sentir a minha esporra a percorrer o meu pau e a acabar em ti, quente e confortável.

« As Time Goes By»

Foto: Roger Therond


Num desejo intemporal
Nossos lábios uniram-se
Selaram promessas inconfessáveis
Num ápice fomos amantes
Traídos pelos nossos beijos

…Quero-te beijar…

Um dia um Sedutor disse...

Bettina Rheims/Serge Bramly

Amai-vos

O que é fazer amor?

Ontem uma amiga emprestou-me um livro, “ Guia da vida sexual da malta nova” histórias turbulentas de um pequeno herói Tufão sobre realidades da vida.
A minha filha com os seus inocentes e curiosos dez anos , leu-o numa manhã.
Banda desenhada à mistura, o livro desbrava o mundo irreverente da sexualidade infantil ou pré-adolescente.
O que é fazer amor?
Tema desconcertante para os adultos quando tentam improvisar respostas que caibam no universo do pensamento infantil.O livro cumpre a sua função pedagógica mas cabe aos adultos fornecer-lhes as respostas afectivas em torno da sexualidade.
Há uma ilustração de banda desenhada em que intervém o Manel e o Tufão, que a meu ver é de um requinte imaginativo para uma criança:

- Eu cá nunca vou fazer amor...é nojento - diz o Manel.
O Tufão concorda com o amigo e dispara uma solução muito à frente:
- Vou adoptar espermatozóides!

O que me estava mesmo a apetecer…

"Estou muito cansada. Mas é bom estar aqui". "Então dorme, vamos ter muita coisa para ver estes dias". "Hmm, mas sabes o que me está a apetecer?" "?" "Que fosses lá abaixo dar-me muitos beijos. Há muito tempo que penso nisso; masturbo-me a pensar na tua língua a lamber-me o sexo, a obrigar o meu sexo a ficar todo molhado e que esse líquido se espalha na minha pele lisinha. Faz-me vir e explodir, como tu sabes tão bem" "Acho que isso se pode arranjar…" "Mas não sei se vou conseguir reciprocar " "Não faz mal, sabes bem que tenho muito prazer nisso. E claro, logo pagas noutra altura!"

Contour...

O erotismo na arte

O corpo fragmentado é o tema no qual se destacam a Coleção de Vulvas Metálicas, de Franklin Cassaro...



Esta dimensão na arte, o erotismo, existe desde quando? De forma latente desde sempre, ou não fosse a imaginação atravessada por todas as pulsões.
Mas raramente existe a oportunidade de apreciar ou discutir esta questão específica. É por isso que me apetece falar-vos desta Exposição no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro. De 20 de fevereiro a 30 de abril, na mostra Erotica – Os Sentidos na Arte, poderemos ver Rodin, Picasso, Paul Éluard, Nan Goldin e muitos outros artistas que ousaram passar do erotismo latente ao manifesto. E paralelamente, há um ciclo de conferências que deve ser bastante interessante.(ver link)

Enfim, eu sei que o Rio de Janeiro não fica já ali... mas por isso mesmo também pergunto: para quando uma exposição com este nível em Portugal? Ou as feiras eróticas têm que ser sempre uma colecção de porno charadas com preservativos coloridos à mistura?

Valeria a pena, nem que fosse para abanar os velhos do Restelo. No Brasil a polémica foi grande. Ouviram-se muitas vozes de indignação devido ao "conteúdo blasfemo" da exposição. Uma das obras, Desenhando com Terços, usa esse milenar instrumento de oração dos católicos para desenhar um órgão sexual misturado com uma cruz!

Valeria a pena, nem que fosse pelo Rodin e o Picasso...

30º

Moon e Eu e…

Coloquei um post na CraigsList. "Alguma mulher interessada em explorar a vida sexual alternativa da Bay Area? Há muita coisa a acontecer, podemos ir a algumas play-parties, ou arranjar outra mulher ou outro homem para se juntar a nós. Ou então um outro casal. Tudo o que nos apeteça, nos dê vontade e principalmente nos dê gozo. Sem dramas, com muitos risos e a certeza que a vida é boa, para aproveitar ao máximo."

Tive algumas respostas, e troquei alguns emails, fotos. A Moon era a pessoa mais interessante. Fisicamente, intelectualmente. Evoluímos juntos, fizémos muita coisa juntos, sexualmente mas também coisas "normais". Ficámos amigos, numa improvável transição, da pura exploração sexual, para uma amizade límpida, cúmplice, mas que continuou a envolver uma dose grande de exploração sexual.

A Moon vem a Portugal. Chega Domingo. E este post é uma homenagem a ela, e a todas as mulheres que são lindas, seguras e que estão disponíveis para a maravilhosa exploração sexual.

E claro, é um post/convite. Se alguma de vocês estiver interessada em explorar por algum tempo esse maravilhoso mundo, com a Lindsey e comigo, todas as perguntas, sugestões, etc, podem ser enviadas para o amemse@gmail.com.

E como sempre, Amem-se.

Samantha: Fuck me badly once, shame on you.

Fuck me badly twice, shame on me.

(Sex and the City)

Nua

Foto: Wolford

Despe as vestes do pudor
Enaltece a minha nudez
Segreda ao meu corpo
A máscula fantasia...
Desvenda todos meus desejos
Todas as maliciosas delícias
Escondidas na minha pele…

Nua